segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O Bloco vai a Rua mais uma vez

O LP “Eu quero é botar meu bloco na rua”, do Sérgio Sampaio deve ganhar um relançamento, remasterizado, da Universal Music, no segundo semestre.



Apesar da canção não ter levado nenhum prêmio, foi lançada em compacto e estrondou. A marcha-rancho de Sérgio Sampaio era corajosa, um grito em meio à ditadura na qual o Brasil estava enterrado até o pescoço. Eram tempos difíceis e cantar era algo tão perigoso quanto uma simples aglomeração de pessoas na rua. Qualquer entrelinha mal-interpretada pelos generais, coronéis e censores poderia significar a morte de uma canção. E talvez até a prisão do artista.
Diante do sucesso do compacto, que vendeu 500 mil unidades e fez de Sérgio Sampaio revelação da MPB, ganhando o Troféu Imprensa de Silvio Santos, além de fazer da canção um dos hits do carnaval de 1973, a Philips chamou Sérgio Sampaio para gravar um LP só dele. Com produção de Raul Seixas, logicamente.

Eu quero é botar meu bloco na rua é um álbum muito bem gravado. A “cama” instrumental não fica em nada a dever a qualquer produção da época e, versátil, Sérgio apostou numa mistura de samba, blues, chorinho, rock and roll e boleros. Não por acaso, o disco abre com “Leros, leros e boleros” (Leros, boleros, música em sua vida… os acordes dissonantes estão na raíz…) e logo depois vem “Filme de Terror”, letra e música que remetem ao tempo de Sérgio Sampaio como Kavernista.
Apesar do ecletismo do álbum, da boa execução de “Cala a boca Zebedeu” nas rádios e da repercussão de “Eu quero é botar meu bloco na rua”, que rendeu ao artista a participação no festival Phono 73 na Philips, o disco não decolou. Acabou se tornando um artista “maldito” da música popular brasileira. Sérgio Sampaio sumiu da mídia no fim dos anos 80, mas seus sucessos voltariam na voz de outros artistas na década seguinte. Quando estava pronto para voltar e lançar um quarto álbum pelo selo Baratos Afins, de Luiz Calanca, morreu aos 47 anos em decorrência de uma pancreatite.

Fonte: http://rodrigomattardotcom.wordpress.com/2013/01/17/discos-eternos-eu-quero-e-botar-meu-bloco-na-rua-1973/




Ficha técnica de Eu quero é botar meu bloco na rua
Selo: Philips/PolyGram/Universal Music
Gravado nos estúdios Cineac-Trianon em 1973
Produção de Raul Seixas

Músicas:

1. Leros, leros e boleros
2. Filme de terror
3. Cala a boca Zebedeu (Raul Sampaio)
4. Pobre meu pai
5. Labirintos negros
6. Eu sou aquele que disse
7. Viajei de trem (participação de Raul Seixas)
8. Não tenha medo, não!
9. Dona Maria de Lourdes
10. Odete
11. Eu quero é botar meu bloco na rua
12. Raulzito Seixas

*Todas as composições, à exceção de “Cala a boca Zebedeu” são de Sérgio Sampaio.


O maranhense Zeca Baleiro, que tem Sérgio Sampaio como uma de suas referências musicais, tratou de fazer o resgate do que seria o disco de 1994. Cruel é uma das várias lembranças do artista, que ganhou biografia e peça musical. E que não merece ser esquecido.




Produção de Zeca Baleiro - Lançamento da Saravá Discos


SÉRGIO SAMPAIO - CRUEL

Musicas:

1-Em nome de deus
2-Roda morta
3-Polícia bandido cachorro dentista
4-Brasília
5-Magia pura
6-Rosa púrpura de Cubatão
7-Muito além do jardim
8-Real beleza
9-Pavio do destino
10-Quero encontrar um amor
11-Quem é do amor
12-Cruel
13-Uma quase mulher
14-Maiúsculo


São 11 faixas de autoria de Sérgio Sampaio e uma em parceria com Sérgio Natureza, "Cabra cega". Ele também interpreta todas as canções, mas divide "Doce melodia" com o parceiro Luiz Melodia. O empenho do Baleiro em dar a Sérgio o seu lugar vem da admiração de fã. "Fui conhecendo seus discos e me encantando cada vez mais. Sempre senti grande afinidade com a música e a poesia do Sampaio".  Disse Baleiro.


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