quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Fortaleza do Botafogo


A ciência e a fé até que nós ensinam e nos explicam muita coisa.


O que continuamos sem saber como, por onde, quando, com quem, quanto e os porquês, para o bem e para o mal, nos Brasis pentas pelo mundo e na Alemanha tetra no Brasil, isso tudo a gente pede auxílio para o Botafogo.

Acabou a luz no Castelão por 22 minutos. E os celulares acenderam o estádio. Faltou um pênalti em Sheik e um gol mal anulado do eterno Magno Alves. Yuri como um Mamute fazendo pênalti e como um animal em extinção empatando. Mais lances polêmicos que o bom time do Ceará reclama.

O terceiro gol cearense obrigava o time carioca a fazer mais dois, na infelicidade do goleiro Andrey que estava sepultando o Botafogo carente de Jefferson na meta. Mas crente no Botafogo e nos objetivos de um clube que não paga seus atletas em dia e por meses. Mas que por anos ainda não terá como pagar o que foi feito além do tempo regulamentar e do acréscimo devido. Gol além do tempo. Por todos os tempos. Do além.

Ramirez empatou aos 49 minutos. E ainda não dava. E nem os atletas achavam que daria. Voltaram a seu campo meio que no piloto automático. Tentando sem saber como.

Mas deviam saber lá no fundo que tudo aquilo era Botafogo. Tudo sempre é. Principalmente o que a gente não sabe o que é.

André Bahia, um zagueiro, fez gol da virada da classificação aos 50. E deu.

Como?

Botafogo!

Para o Nilton Santos ou para todos os diabos da bola, o Botafogo revirou a virada e virou história. Virou Botafogo.

Há coisas… A bola sabe o resto da frase.

Mas há um Bota que coloca fogo no futebol que a gente vai continuar sem saber o quê. Como. Quando. Quanto. Com quem. Por onde.

Assim seja.

O futebol é ainda mais futebol quando se perde a lógica e se ganha um jogo como esse. Quando se perde a esperança numa falha de goleiro e de tantos alvinegros e se reencontra a alegria em um peito cansado de botafoguear. Perdendo o fôlego para achar mais razões nessa emoção de viver.

Hoje tem torcedor acordando com um sabor diferente. Sabe que não deve ganhar a Copa do Brasil. Sabe que se não cair no BR-14 já está ótimo. Sabe que o futuro parece o terceiro gol do bravo Ceará. Sabe que times fracos e falhas grotescas em General Severiano vão continuar acontecendo por um péssimo tempo.

Mas sabe que no campo de jogo, e em todos os campos da vida, do nada vira tudo e todos os jogos da vida. Do nada, em dois minutos de prosa e de bola, uma poesia para contar aos netos se desenha como uma estrela no papel de pão.

Afinal, eles sabem, basta uma estrela.

E que estrela brilhou em Fortaleza, no Ceará.

Fortes do Botafogo.


por Mauro Beting

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