sexta-feira, 15 de maio de 2015

Viva Sampaio!

Há exatos 21 anos nós perdíamos o maior músico e compositor brasileiro, Sérgio Sampaio


21 anos sem o poeta Sérgio Sampaio. Qualquer coisa que possamos ou queiramos falar sobre o talento e a magia deste compositor será pouco. Sérgio é daqueles artistas que deixa marcado no tempo a beleza de sua arte, a poesia e a música. Sergio sempre esteve a frente de seu tempo, e só agora começa a ser reconhecido pelas novas gerações da música. Morreu como muitos grandes talentos sem o merecido reconhecimento, mas hoje, se torna imortal pelo que criou que continua a frente de nosso tempo. Mantendo característica dos gênios. Mais com certeza uma genialidade que acima de tudo reflete uma humanidade extrema, humano demasiado humano.

Sérgio nunca se vendeu ou aceitou "entrar" no sistema e por isso sua arte esteve muitas vezes inacessível ao grande público. Sérgio vive em sua obra e em todos aqueles que tem sua vida como referência de liberdade, arte, inteligência, política, poesia...

Sérgio trocou o Espírito Santo pelo Rio de Janeiro em busca da carreira musical. Acabou conhecendo Raul Seixas e gravando, junto com ele, Miriam Batucada e Edy Star, o surrealista e anarquista Sociedade da Grã-Ordem Kavernsta Apresenta Sessão das Dez, em 1971. Mas o sucesso só chegou um ano depois quando participou do IV Festival Internacional da Canção com a música Eu quero é botar meu bloco na rua, que caiu na boca do povo e virou título de seu primeiro álbum.

Sérgio tinha um temperamento difícil e teve uma convivência complicada com o fama instantânea. Compositor de altíssimo nível, viu-se tachado de maldito e sua carreira, que deveria e merecia ter sido brilhante, estagnou e o levou à depressão. Sérgio acabou falecendo em 1994, vítima de pancreatite. Tudo isso pode ser constatado em sua biografia, Eu quero é botar meu bloco na rua, escrita por Rodrigo Moreira e lançada pela editora Muiraquitã.

Na década de 90, o disco Balaio do Sampaio, com a participação de Erasmo Carlos, Luiz Melodia, Lenine e João Bosco, entre outros, interpretando suas canções, foi uma bela homenagem - em 2006, Zeca Baleiro reuniu alguns músicos e produziu Cruel. Partindo de algumas gravações de Sérgio em voz e violão, esses músicos o acompanharam postumamente criando um disco emocionante.

Sérgio Sampaio teve uma produção pequena em quantidade, mas seu trabalho é impressionante e canções como Eu sou aquele que disse,  Homem de trinta, Em nome de Deus, Pobre meu pai e Tolo fui eu, entre outras, mostram sensibilidade, qualidade e originalidade. Chamá-lo de genial é pouco. Sérgio merece lugar de destaque na nossa música e é exatamente isso que é provado por esses relançamentos.


Fonte:CulturaRJ

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